Sondagem Econômica: expectativas afetadas

Um dos motivos é a queda de confiança na gestão

 

A Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2017, divulgada nesta segunda-feira, 4 de dezembro, pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostra que as empresas de transporte começaram a se recuperar da recessão econômica que afetou o País nos últimos quatro anos. No entanto, com  a retomada da economia em ritmo mais lento do que o esperado, os transportadores brasileiros demonstram baixa confiança na gestão econômica do País e um otimismo cauteloso em relação a 2018.

A maioria dos representantes das empresas (54,8%) espera aumento do PIB (Produto Interno Bruto), no ano que vem, em relação a 2017. Mas 38,9% acreditam que a retomada do crescimento econômico só deverá ser percebida em 2019.

A Sondagem ouviu representantes de 823 empresas de transporte rodoviário de cargas e passageiros, ferroviário de cargas, aquaviário (navegação marítima e interior), aéreo de passageiros e serviços de transporte urbano de passageiros por ônibus e metroferroviário, entre os dias 16 de outubro e 10 de novembro, em todo o país.

Em 2017, os modais aquaviário e aeroviário apresentaram crescimento significativo. Mesmo assim, o setor ainda sente os reflexos da crise que afetou mais duramente o transporte rodoviário, responsável pela maior parte do movimento de cargas e de passageiros em nosso país.

A maioria (76,3%) das empresas transportadoras informou aumento no custo operacional, 32,8% revelaram ter registrado queda de receita,  e 42,3% disseram que a produtividade se manteve estável em 2017.

Para 2018, a maior parte das empresas (54,8%) informou que pretende apenas manter o tamanho de sua frota, enquanto 32,1% delas planejam aumentar a contratação formal de empregos.

Baixa confiança

A maioria (59,8%) dos entrevistados na Sondagem demonstrou baixo grau de confiança na gestão econômica do governo federal. Para 47,3%, a confiança diminuiu em 2017. A maioria  (86,9%) considera que a crise política pela qual passa o País afetou negativamente o desempenho do setor transportador.

A maioria dos entrevistados (85,4%) não acredita que as ações adotadas pelo governo sejam suficientes para recuperar e adequar a infraestrutura brasileira de transporte. Os motivos mais citados para o atraso das obras de infraestrutura de transporte foram interferência política nas agências do governo (65,2%), excesso de burocracia para começar obras (54,8%) e dificuldade em obter licenças ambientais (31,3%).

As preocupações das empresas transportadoras expressam a necessidade de fortalecimento das políticas públicas de incentivo ao investimento em infraestrutura. A Reforma Trabalhista foi bem recebida por 66,1% dos entrevistados, e  a Reforma Tributária foi apontada como outro passo importante da modernização do Estado brasileiro. Entre os participantes da Sondagem, 46,5% disseram que é preciso reduzir a carga tributária,  e 20,5% defenderam a simplificação do sistema de cobrança de tributos.

“Os resultados ainda são frágeis, mas os indicadores econômicos asseguram que o Brasil superou a pior recessão econômica de sua história recente. No entanto, para que a retomada do crescimento seja consolidada, em 2018,  o governo federal precisa realizar fortes investimentos em infraestrutura de transporte”, alertou o presidente da CNT, Clésio Andrade. Segundo ele, uma infraestrutura adequada às demandas do país é fundamental para que o Brasil volte à rota do desenvolvimento sustentável, com aumento da produtividade e da competitividade para gerar cada vez mais empregos e renda para a população.

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