Porque nossas crianças e adolescentes precisam de proteção

Em referência ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio, o Sest Senat mobiliza o setor transportador e toda a sociedade para proteger esse público de violências físicas e sexuais. No Sest Senat, todas as iniciativas sobre o tema integram o projeto Proteção, que realiza ações para a prevenção e o enfrentamento do problema a partir da conscientização dos trabalhadores do transporte e da sociedade.

Por meio do Proteção, é feito um grande movimento que conta com acordos e parcerias junto a órgãos públicos e empresas, capacitação de colaboradores, campanhas nacionais, produção e distribuição de materiais educativos, além da realização de palestras e rodas de conversas. O Sest Senat conta com a parceria da Childhood Brasil, através do Programa Na Mão Certa.

Para aumentar a defesa de crianças e adolescentes, o Sest Senat formou uma rede de unidades protetoras. São 30 unidades operacionais que estão preparadas para integrarem ações junto ao poder público local e dialogarem com o setor privado. Além disso, toda a equipe dessas unidades está qualificada para abordar a temática durante ações de sensibilização.

Essas unidades foram definidas a partir de um mapeamento feito pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e pela Childhood Brasil que identificou pontos nas rodovias brasileiras com maior vulnerabilidade à ocorrência desse tipo de violência. Elas estão localizadas em 19 estados do Brasil.

“A exploração sexual de crianças e adolescentes é um problema grave e, muitas vezes, invisível. Protegê-los é responsabilidade de todos. Assim, é importante que os motoristas profissionais que dirigem pelo Brasil possam ser sensíveis a esse tema e, quando suspeitarem ou presenciarem algo, devem fazer a denúncia pelo disque 100”, explica a diretora executiva nacional do Sest Senat, Nicole Goulart.

Em 2018, o Sest Senat aderiu ao Pacto Empresarial contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras proposto pela Childhood Brasil O Pacto se tornou a principal ferramenta do Programa Na Mão Certa com a finalidade estimular empresas e entidades empresariais a assumirem, publicamente, seu compromisso com a causa, garantindo o desenvolvimento de ações de sensibilização para o enfrentamento da exploração de crianças e adolescentes.

Impacto da pandemia

Uma cartilha da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mostra que o Disque 100 teve 95,2 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes em 2020. O número é 10% maior do que o contabilizado em 2019. Os registros corresponderam a 368.333 violações e incluem violências físicas e psicológicas, abusos sexuais físicos, estupros e explorações sexuais. Segundo a cartilha, considerando que apenas 10% dos casos são notificados às autoridades, é possível que esse número chegue a mais de 2 milhões de casos de violência contra crianças e adolescentes no país.

A pandemia da covid-19 é um dos fatores apontados para esse aumento dos casos no último ano. Com o fechamento das escolas, crianças e adolescentes estão ficando mais tempo em casa; e 72% dos casos de violência contra esse público ocorrem na casa da vítima ou do agressor.

Outra razão que pode justificar o aumento é o impacto econômico da pandemia. “A vulnerabilidade econômica na sociedade levou muitos caminhoneiros a nos relatarem que voltaram a ver a exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas. Por isso, a parceria entre o SEST SENAT e a Childhood Brasil ganhou ainda maior relevância neste último ano da grave crise sanitária que estamos vivendo. Mais do que nunca, precisamos levar informação aos motoristas, pois eles podem agir na proteção de meninos e meninas denunciando as situações de risco ao Disque 100”, afirmou a gerente de Programas e Relações Empresariais da Childhood Brasil, Eva Dengler.

Como ajudar?

Toda a sociedade tem o dever de enfrentar o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Para ajudar, é preciso manter o olhar atento e utilizar os canais de denúncias:

– Disque 100 ou o WhatsApp (61) 9 9656-5008

– Aplicativo Direitos Humanos BR

– Em rodovias federais, a denúncia pode ser feita pelo 191

Por que 18 de maio?

A data foi instituída como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes pela lei n.º 9.970/00. Ela marca a luta pelos direitos de crianças e adolescentes em todo o território brasileiro.

O dia faz alusão a um crime cometido em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), que ficou conhecido como Caso Araceli. Araceli era uma menina de apenas oito anos de idade que sofreu rapto e abuso sexual e foi assassinada.

Fonte: Agência CNT Transporte Atual