Fetransportes destaque descarte de pneus, energia solar e riscos ambientais em evento
Ei, você, que ao pensar e falar em preservação ambiental sempre fala de futuro, de amanhã! Está mais do que na hora de rever seus conceitos e posicionamentos. O futuro não está distante de nós. Ele já chegou! O mundo conectado em que vivemos exige ações imediatas. É pra já, é pra agora! A necessidade desse novo comportamento perante as demandas ambientais e sustentáveis do mundo pautaram o Ciclo de Palestras O Transporte e a Sustentabilidade Ambiental, realizado na manhã desta quarta-feira, 5 de junho, no auditório do Setpes, em Vitória.
A escolha desta quarta-feira para a realização do evento não foi à toa, afinal 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. E meio ambiente, como fez questão de destacar o presidente da Fetransportes e do Setpes, Jerson Picoli, é assunto de prioridade zero para o setor de transportes.
“Precisamos falar de meio ambiente, discutir boas práticas que nos permitam buscar alternativas sustentáveis de crescimento. Desde 1996, nossa federação se empenha em desenvolver ações em prol da preservação, com foco na redução das emissões veiculares. Em 1996 iniciamos uma parceria com o Projeto Economizar e a partir de 2007 nossas ações começaram a ser capitaneadas pelo Programa Despoluir, que se consolidou como grande parceiro dos transportadores por meio de diversas ações que promovem o bem-estar, mudam mentalidades e multiplicam conhecimentos”.
Três palestras compuseram a programação do Ciclo de Palestras e a primeira, Gestão de Pneus – Reaproveitamento e Responsabilidade Ambiental, foi apresentada pelo Técnico de Formação Profissional da Serra, Renan Bermudes, que já começou colocando para o público o “tamanho” do problema pneus para o meio ambiente. “Pneus são um forte representante do descaso humano com a natureza”, resumiu.
Países desenvolvidos e em desenvolvimento consideram pneus velhos descartados no meio ambiente um sério passivo ambiental. Neste contexto, considera-se a atividade de recondicionamento um recurso vital para o setor e que contribui para a requalificação de resíduos industriais, impedindo, em larga escala, a destinação de pneus usados para aterros sanitários, incineração ou disposição a céu aberto.
Por outro lado, ele destacou, as empresas podem se planejar para que ele seja menos prejudicial. “E aí entram a logística reversa, conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos”, explicou Bermudes, que também citou as vantagens do processo de reutilização de matéria no ciclo produtivo.
“Ela possibilita o retorno de resíduos sólidos para as empresas de origem, evitando que eles possam poluir ou contaminar o meio ambiente; propicia a economia nos processos produtivos das empresas, uma vez que esses resíduos entram novamente na cadeia produtiva, diminuindo o consumo de matérias-primas; e cria um sistema de responsabilidade compartilhada para o destino dos resíduos sólidos”.
Energia solar e gestão de riscos ambientais
Fonte de energia limpa, renovável e de baixo impacto ao meio ambiente, a energia solar foi o segundo tema que movimentou o evento da Fetransportes e as informações levadas pelo engenheiro civil Rodrigo Queiroz e pelo engenheiro eletricista Felipe Ferraz, da Getpower Solar, chamou a atenção do público. Os participantes se interessaram pelos seus benefícios nas esferas socioeconômica, ambiental e estratégica.
“Quanto aos ganhos socioeconômicos, podemos citar a redução dos gastos com energia elétrica, atração de capital externo e novos investimentos. Na esfera ambiental, temos a geração de eletricidade limpa, sem emissão de gases de efeito estufa, sem resíduos, nem ruídos; e não precisa de água para operar. E há, também, os ganhos estratégicos, com diversificação da matriz energética brasileira e alívio da demanda elétrica em horário diurno”, enumerou.
Segundo ele, o Brasil instalou 1,2 GW de energia solar fotovolaica ano passado, totalizando 2,8 GW de capacidade instalada acumulada, mas ainda está bem distante de países que lideram o ranking mundial em potência acumulada, com é o caso da China, país que se encontra em primeiro lugar na lista, com 176,1 GW.
Em solo nacional, Minas Gerais vem se destacando na geração de energia solar fotovoltaica e é quem lidera o ranking. O Espírito Santo ocupa a 15ª posição. E no ranking municipal, quem sai na frente é Cachoeiro de Itapemirim, seguido por Vitória, Serra e Vila Velha.
Encerrando o evento, Alexandre de Souza, da Qualiforce Consultoria, falou gestão de riscos ambientais para empresas de transporte. Representante de uma das empresas mantenedoras do Transcares, ele iniciou sua palestra dando um recado.
“Tudo impacta o meio ambiente, o caminho é prevenir para que o problema não aconteça”, destacou, completando em seguida. “O gerenciamento de riscos ambientais é uma parte estratégica da operação do setor, uma ferramenta consciente e importante da gestão ambiental para o controle dos impactos das atividades humanas”.
As consequências de acidentes envolvendo danos ambientais, ele lembrou, são, em via de regra, grandes e têm sérias consequências. Além da perda de vidas humanas e danos à saúde, existem os impactos ambientais, prejuízos econômicos, aplicação de sanções da lei e o comprometimento da imagem da empresa.
“Por isso nosso foco precisa ser sempre a prevenção. As empresas podem trabalhar gestão ambiental em todos os seus setores. E lembrar sempre que os pequenos detalhes fazem a diferença e farão o meio ambiente nos ajudar”, concluiu.
O Ciclo de Palestras O Transporte e a Sustentabilidade Ambiental foi uma realização da Fetransportes e de seus associados filiados – Setpes, Transcares, GVBus, Sindliques, Sinfrevi, Sinfres e Sinfrenor –, do Sest Senat-ES e do Programa Despoluir.