Movitran faz novo estudo de caso de acidente de trânsito

Acidente em Viana foi causado por uso de celular ao volante

A Polícia Civil, conforme calendário de atividades 2019 do Movitran – Movimento Capixaba para Salvar Vidas no Trânsito, apresentou na manhã de terça-feira, 19 de março, no auditório do Setpes, o 2º Estudo de Caso de Acidente de Trânsito ocorrido no km 303 da BR 101, em outubro de 2017, que resultou na morte de quatro pessoas e deixou outras cinco gravemente feridas após uma carreta em alta velocidade provocar um engavetamento envolvendo nove veículos. A perícia comprovou que o motorista Wesley Mantovanelli, além de transitar a 83 km/h na via onde o limite é de 60km/h, manuseava, no momento do acidente, o celular enquanto dirigia e por isso não teve reação para frear o veículo a tempo de evitar a tragédia.
A apresentação detalhada da investigação e conclusão dos fatos foi realizada pela Divisão Especializada em Delitos de Trânsito da Polícia Civil, chefiada pela delegada Fabiane Coutinho, com o delegado Maurício Rocha à frente da delegacia de trânsito e assessoria de Yasmin Ricas. Na apresentação, a escrivã mostrou imagens de câmeras que registraram a carreta passando muito rápido pela rodovia segundos antes da colisão e também fotos de conversas no aplicativo Whatsapp que Wesley teve ao volante na hora do acidente.

O tema gerou reflexões e discussões entre os quase 30 representantes de 17 entidades públicas e privadas, que foram: PC, PM/BPTRAN, CETRAN, PRF, Detran, NOTAer, Sedu, MPES, Amunes, prefeituras de Vila Velha e de Vitória, Fetransportes, Sindirochas, Viação Águia Branca, Vix Logística, Eco101 e Guisolfi Transportes, que assistiram a palestra com amplo debate ao final. O grupo debateu sobre a importância da identificação de culpados, punição severa, aumento da fiscalização, ações educativas, medidas de prevenção e a necessidade de uma maior integração dos órgãos.

“Nesse acidente ficou claro que o caminhão estava desgovernado e acabou atingindo outros nove veículos. Cinco segundos depois aconteceu uma explosão e o fogo se alastrou muito rápido vitimando quatro pessoas e ferindo outras cinco. A polícia entende que Wesley poderia responder por homicídio doloso, com dolo eventual, ou seja, quando a pessoa assume o risco e não se importa com o resultado. Para esse crime a pena varia de 12 a 30 anos. Mas, como a lei dá margem para interpretação, o motorista está respondendo em liberdade por homicídio culposo, com pena que varia de dois a quatro anos”, lembrou Yasmin.

Para evitar que novos episódios como esse se repitam, é preciso trabalhar a educação no trânsito, como destaca o Policial Rodoviário Federal, Adriano Jesus. “Precisamos buscar uma aproximação maior com as empresas. Ter uma fiscalização em parceria com elas e premiar as que andam corretamente. Isso ajudaria a identifica as empresas que não agem dentro da lei”.

A integração dos órgãos, maior vigor na fiscalização e principalmente a realização efetiva do trabalho de prevenção são pontos-chave para obter um trânsito mais seguro. Entretanto, a promotora da Serra, Paula Fernanda Pazoline, chamou a atenção do grupo para a realização de uma força-tarefa que possa agir de forma prioritária. Segundo ela, as medidas até aqui adotadas não devem impedir que ocorra um novo acidente de grandes proporções.

“Na minha opinião, há muitas irregularidades acontecendo, principalmente no setor de rochas ornamentais. A gente fecha uma rodovia e os caminhoneiros descobrem outras rotas para escapar da fiscalização e por ai vai. O setor como um todo precisa se conscientizar para conquistarmos resultados. Se não trabalharmos juntos vai ficar difícil conter esses acidentes”.

Fonte: Assessoria de Comunicação Fetransportes