Motoristas fogem do exame toxicológico

Mais de 33% dos profissionais fazem de tudo para escapar

trabalho em Goiás e levou sua experiência para o evento. Ela explica que a responsabilidade é dos empregadores, que exigem prazos cada vez mais curtos e jornadas cada vez maiores. Eles precisam ser responsabilizados, defende.
“Não punimos trabalhadores, mas empregadores. No caso do motorista autônomo, nós autuamos o dono da carga. Se o contratante não se preocupa com a jornada e condições de trabalho do motorista, então ele favorece um ambiente que causa acidentes”.

Segundo Jaqueline, as más condições de trabalho são diversas, e incluem baixa remuneração e péssimas condições de trabalho, com uma jornada perigosa que pode chegar a 20 ou 30 horas.

“Quem trabalha para sobreviver não tem escolha. Assim, as condições de trabalho são impostas, e isso é quase escravidão. Ninguém escolhe colocar a própria vida em risco e a dos outros”.

Estima-se que 1/3 dos motoristas profissionais faça uso de alguma droga. Em uma fiscalização realizada em 2015 pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com a PRF, um em cada três caminhoneiros submetidos a exames toxicológicos tinha usado drogas. Os veículos pesados, que representam apenas 4% da frota, estão envolvidos em 38% dos acidentes e 53% das mortes. Somente com um trânsito livre de drogas será possível reduzir esses números. É o que acredita o Deputado Federal Hugo Leal (PSB-RJ), da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, que comparou o exame toxicológico à Lei Seca, em vigor há oito anos:

“No início da Lei Seca houve quem criticasse a lei, mas com o tempo, ela gerou uma mudança no comportamento das pessoas. Os acidentes diminuíram drasticamente e hoje existe uma geração que vai tirar a CNH com o pensamento de não beber ao dirigir”.

No caso do exame toxicológico também deverá haver uma mudança de paradigma, em que não iremos tolerar nem álcool, nem drogas em nossas estradas.

“Já estamos em contato com os Detrans e os laboratórios para garantir o bem-estar e a segurança da população”, garante o diretor-geral do Denetran, Elmer Vicenci.

Na análise do advogado José Roberto Castro Neves, mestre em Direito pela Universidade de Cambridge e Doutor pela UERJ, a lei que regula o exame toxicológico é uma importante medida de proteção à sociedade.
“A Constituição Federal elegeu a proteção ao ser humano como seu grande valor. E com toda razão, entendeu que esse amparo deve abranger, inclusive, a segurança das pessoas nas vias públicas. O advento do exame toxicológico encontra-se em perfeita harmonia com esse anseio da nossa sociedade”, conclui.

Fonte: Globo

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