Evento da Fetransportes foi pautado em três perspectivas
Compartilhar ideias, ações, práticas e opiniões. Esse foi o objetivo do Fórum de Gestão de Recursos Humanos das Empresas de Transportes – Novas Demandas e Novos Desafios, realizado pela Fetransportes na manhã desta quarta-feira, 27 de fevereiro, para gestores e profissionais da área de Recursos Humanos. O evento aconteceu no auditório do Setpes, em Vitória, e as apresentações foram pautadas em cima de três perspectivas: a importância da qualificação profissional, aumento da produtividade e bem-estar do trabalhador e o impacto do e-Social na rotina de saúde e segurança do trabalho.
Quem deu o pontapé inicial foi o Coordenador de Desenvolvimento Profissional do Sest Senat de Cariacica, Nivaldo Oliveira Silva. Ele falou dos Cursos Especializados para Condutores de Veículos, validade dos certificados, biometria e chamou a atenção para o Curso de Reciclagem Preventivo para motoristas infratores, permitindo ao condutor solicitar o curso quando possui de 14 a 19 pontos na Carteira Nacional de Habilitação, evitando a suspensão da mesma.
“Quando o motorista faz um curso ele passa a entender como o trânsito funciona e com isso terá uma condição melhor de tomar decisões para mantê-lo seguro. No meu modo de ver, todo condutor deveria passar por um curso de legislação, pelo menos uma vez por ano, para se atualizar e realmente saber o que ele pode ou não fazer quando está ao volante”, destacou.
Outro ponto importante se refere à validade dos certificados dos cursos especializados exigidos pela profissão. “Muitas vezes o prazo do documento termina e quando o motorista é parado numa blitz isso certamente vai dar problema para o caminhoneiro. Por isso as empresas precisam ficar de olho nessa questão e não deixar apenas por conta do funcionário. Até porque o prejuízo de ter um motorista sem condições de trabalhar é de ambos. Mas quero ressaltar também que motorista impedido de dirigir não consegue se matricular em nenhum curso do Sest Senat. É uma norma do Detran que o obriga a fazer um Curso de Reciclagem primeiro”.
Nivaldo alertou ainda que a biometria em atraso é outro ponto que pode deixar o motorista estacionado. “Deixo aqui meu aviso: o condutor que estiver com a biometria em trânsito não consegue fazer curso. A dica é para que ele antes de procurar o Sest Senat, renove a CNH e só depois de tudo regularizado nos procure. Do contrário, será impedido de realizar qualquer curso com a gente”.
Mindfulness
Depois, quem assumiu o posto de palestrante foi a psicóloga Juliana Gomes. A especialista apresentou o Mindfulness, uma técnica que ajuda no aumento da produtividade e no bem-estar profissional. “Traduzindo, o Mindfulness significa atenção plena. Foi desenvolvida inicialmente para a redução da dor crônica ensinando a observar e perceber ativamente sem julgamentos e não reagir às experiências. Em consultório a gente treina muito os cinco sentidos para a pessoa notar o que está acontecendo com o corpo dela sem fazer julgamentos. O Mindfulness ajuda o cérebro a ter capacidade de aumentar sua atenção e seu bem-estar físico e emocional. Ou seja, no caso dos profissionais do setor de transportes, ajuda a recuperar o foco no trabalho sempre que necessário. No trânsito você pode ter uma atenção plena na hora de pegar o volante, por exemplo. A concentração de quem pratica o Mindfulness aumenta a produtividade do profissional diminuindo o estresse e afastamento do trabalho”, avaliou.
e-Social
Quem fechou as apresentações foi o advogado e consultor empresarial Adélio Gonzaga, que tratou dos impactos do e-Social nas rotinas de saúde e segurança do trabalho nas empresas. “O e-Social é uma quebra de paradigmas similar à Nota Fiscal Eletrônica. O termo vem do desconhecimento e nada mais é do que uma mudança de processo que estamos vivendo. A diferença da forma tradicional é que o e-Social possui um integrante a mais. Antes eram apenas o Fisco e o Contribuinte (empregador). Agora temos o empregado nesse time. E o que chama a atenção é que as informações agora são em tempo real. Isso significa que qualquer mudança no contrato de trabalho deve ser informado no e-Social”.
Adélio reforçou alguns pontos fundamentais da implementação dessa ferramenta. “O mais complexo no e-Social são as informações de saúde e segurança do trabalho. As empresas precisam estar antenadas a isso. Até porque tudo que você fizer no e-Social poderá e será usado contra ou a seu favor. Quero deixar claro que o e-Social não muda lei. O que você faz, vai continuar fazendo. Essa é a premissa”.
Para o especialista, que foi muito demandado pelo público presente ao fórum por meio de questionamentos, o impacto cultural deve ser de “cima para baixo”, ou seja, trocando em miúdos, a direção da empresa tem que se comprometer juntamente com seus colaboradores. “Não dá para falar em e-Social sem um bom plano de carga horária e trabalho dos funcionários. Tudo precisa estar bem definido. O que cada um faz e como faz”.
