Escola Viva: todo mundo que vê, se encanta!

Uma comitiva do ES em Ação visitou escola em São Mateus

 

Uma das 12 Escolas Vivas implantadas este ano no Espírito Santo, o colégio de Ensino Fundamental e Médio Marita Motta Santos, de São Mateus, recebeu a visita de representantes do Espírito Santo em Ação e da Assenor (Associação Empresarial do Litoral Norte do Espírito Santo), nesta terça-feira, 18 de abril. O vice-presidente Institucional do movimento empresarial e ex-presidente da Fetransportes, Luiz Wagner Chieppe, o secretário-executivo Luciano Gollner e o analista de projetos Thiago Agra, além de Claudiane Zanni e Rosiane Bergamin, da Assenor, foram recebidos pela diretora, Bruna Bonomo e pelos 18 alunos acolhedores do colégio.

Durante a visita, o grupo conheceu toda a estrutura e teve a oportunidade de ver de perto como está o funcionamento da escola, que reúne, hoje, cerca de 600 alunos, num total de 15 turmas – seis do Ensino Fundamental 2 e nove do Ensino Médio.

E embora a experiência do projeto de educação em tempo integral seja bastante nova, tanto para a equipe docente quanto para os alunos, a diretora garantiu que não enfrentou problemas de pouca procura.

“Não tivemos o menor problema com captação de alunos. Aliás, nossa realidade é justamente o contrário! Mesmo com as turmas completas, sempre há pais buscando vagas para seus filhos”, destaca a educadora, que esteve à frente de um trabalho de mobilização junto à comunidade, ano passado, para divulgar o modelo diferenciado de educação e garantir as matrículas.

Outro detalhe que chama a atenção de Bruna nesses primeiros meses de Escola Viva diz respeito ao fator disciplina. As aulas na Marita Motta tiveram início em 6 de fevereiro e a diretora admite que esse tempo já foi suficiente para mudar o comportamento dos jovens. Segundo ela, os problemas disciplinares melhoraram em torno de 80% e a primeira suspensão, tendo como base o regimento interno da instituição, foi dado na segunda-feira, 17, depois de serem esgotadas todas as outras formas de argumentos.

Nesse período, todos os projetos que envolvem o modelo do escola em tempo integral, como a tutoria, os clubes e as eletivas, já estão a todo vapor e neste momento a equipe pedagógica está trabalhando com os jovens a questão do protagonismo. “Entendemos esse ‘despertar’ como um processo e a tutoria está nos auxiliando bastante com os alunos neste momento, que é fundamental para nossos estudantes entenderem a essência do nosso modelo educacional”, destacou a gestora.

Outro fator especial de motivação, na sua visão e na opinião do professor de Física Gilberto Scandian, são os laboratórios, onde meninos e meninas, moças e rapazes têm a chance de unir conhecimentos técnicos e teóricos. “Quando se tem um ambiente propício para a aula prática favorecemos o aprendizado e o conhecimento, e não limitamos nossas aulas ao quadro e livro didático”, argumenta o professor, cujas experiências fazem o maior sucesso entre os alunos.

A “novata” Marita Motta possui, ainda, outro diferencial: a Rádio Viva, projeto que tem como “produtor” Murilo Faccini, aluno do 9º Ano que vê na área de Comunicação seu projeto de vida. Aproveitando o espaço que o colégio já tinha, ele colocou a rádio para funcionar, sempre nos intervalos de aulas e do almoço. E ali, além das músicas, cuja base é o gosto dos colegas e aprovação da diretoria, ele dá vários recados da própria escola.

E por falar em projeto de vida, as acolhedoras Esther Viana Guimarães, de 13 anos, e Ariana Nascimento da Silva, 17, já tem os seus! Aluna do 8º Ano, Esther quer ser médica com especialização em Dermatologia. Ariana, por sua vez, está no 2º Ano do Ensino Médio e sonha fazer Direto e atuar na área criminal.

“Saímos de uma realidade para outra, totalmente diferente e melhor, e o fato de não ficarmos presas  às disciplinas regulares é um fator de motivação. A rotina de estudos é mais pesada, há dias em que o cansaço é muito, porém esse cansaço é recompensador”, fala Ariana.

Esther também chamou a atenção para a rotina de estudos mais puxada. No entanto, não falou em tom de crítica. “Como não ficamos apenas na sala de aula, estou me sentindo mais livre, com mais autonomia. O projeto de educação em tempo integral nos apresenta uma metodologia de ensino diferente de tudo o que já havia vivido e em alguns dias, de fato, chego em casa bem cansada. Mas isso faz parte de uma visão de futuro. O que estou vivendo hoje vou colher ali na frente”.

A metodologia do projeto de educação em tempo integral, trazida pelo Espírito Santo em Ação e que ganhou a parceria do Governo do Estado, conta com recursos financeiros da ArcelorMittal, Chocolates Garoto, Fibria, Fucape, Grupo Águia Branca, Instituto Natura, Instituto Sonho Grande, Samarco, Sicoob e Vale.