Desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental

É possível produzir, proteger o meio ambiente e gerar renda ao mesmo tempo? Num século que tem a pauta ambiental entre as suas prioritárias, seria esta a pergunta de milhões? Para o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Felipe Rigoni, a pergunta não é de milhões e a resposta é simples: sim, com incentivo às boas práticas e conscientização, é possível! E esta, inclusive, é a direção que ele pretende seguir à frente da secretaria: meio ambiente como fonte de renda e emprego.

Recém-chegado à secretaria, Rigoni define “meio ambiente como a pauta principal do século 21” e sabe que muitos desafios o aguardam. Para chegar onde deseja, está trilhando um caminho, que inclui, dentre outras coisas, diálogo com o setor produtivo. E uma das visitas realizadas foi na Fetransportes, quando foi recebido pelo presidente, Renan Chieppe, pela superintendente, Simone Garcia, e pelo coordenador do Programa Despoluir-ES, João Paulo Lamas. Além do secretário, estavam presentes os assessores técnicos Anderson Ferrari e Juliana dos Reis.

FETRANSPORTES – Secretário, de que forma pretende gerir a Seama, levando em consideração que meio ambiente está entre os assuntos prioritários do século?

FELIPE RIGONI – A direção principal que quero seguir é apresentar a pauta como fonte de renda e emprego. Falar de preservação com foco econômico e fazer com que toda a cadeia da gestão seja ativa economicamente. Atuando desta forma, ou seja, agregando valor ao assunto do ponto de vista econômico, e mostrando, por exemplo, que o reflorestamento pode ser um bom negócio torna o tema interessante ambiental e economicamente, e isso aproxima a sociedade do debate.

Apesar da ideia de unir preservação e economia, e da relevância do tema, o senhor deve concordar que os desafios para tratar o assunto são muitos…

Sim, e nosso principal desafio é combater os efeitos das mudanças climáticas, que geram uma série de transformações nos padrões de temperatura e clima. Como consequência disso, temos secas mais rigorosas, tempestades mais severas, escassez de água. Umas das formas de combater tais efeitos é investindo na melhor cobertura florestal, que ajuda na captação de carbono.
Nosso segundo maior desafio é com a recuperação de recursos hídricos e uma forma de fazer isso é por meio de intervenções mecânicas para melhorar o solo e manter seu uso sustentável. Tais intervenções podem ser feitas por meio dos processos como barraginha, caixa seca e saneamento rural, para a descontaminação do lençol freático. Primeiro vamos descontaminar, a seguir preservar e por fim aumentaremos a quantidade de água.
E temos, ainda, o desafio da gestão, melhorar a capacidade do Estado para gerir o assunto.

Ainda falando de desafios, o senhor citou o fortalecimento institucional como uma grande necessidade da Seama. Como avalia o primeiro contato com a Fetransportes e qual a importância, para o setor e para o Estado, da Federação dos Transportes e da secretaria pensarem e desenvolveram ações conjuntas?

Quero dialogar com todos os movimentos, organizações, servidores e setor produtivo, pois tenho no diálogo um pilar fundamental. Além disso, quem vai fazer a coisa acontecer não é a Seama, a Fetransportes ou qualquer outra entidade, mas as pessoas que fazem parte delas. Sem um relacionamento eficaz, essa pauta não acontece! E importante ter em mente também que esta não é uma demanda de governo, e sim de sociedade. Com relação à visita, fiquei feliz com o resultado e já levei a conhecimento do presidente Renan e da diretoria nosso Fórum de Mudanças Climáticas, que começa com a descarbonização da economia, mas trará outras grandes ações.

A entrevista na íntegra está publicada no Jornal FETRANSPORTES – Edição 117

Fonte: FETRANSPORTES