Brasil: reformar para desenvolver

Movimento Cidadania Coletiva traz Samuel Pessôa ao ES

A aprovação das mudanças na Previdência não é um desafio apenas do governo. Essa é uma “agenda nacional”, interessa a todos, uma vez que é ela quem vai garantir a sustentabilidade do sistema e o pagamento da aposentadoria para as próximas gerações, além de reduzir o déficit público.

É dessa forma que o economista Samuel Pessôa, chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), defende a reforma da Previdência e foi seguindo essa linha de raciocínio que ele ministrou uma palestra temática na segunda-feira, 24 de junho, no lançamento da campanha A Reforma Interessa, organizada pelo Movimento Cidadania Coletiva. O evento foi realizado do Itamaraty Hall, em Vitória, reuniu lideranças de federações e sindicatos que representam os setores produtivos, e a Fetransportes, umas das entidades que apoiou o evento institucionalmente, marcou presença com o presidente, Jerson Picoli, e o superintendente, Edinaldo Ferraz.

Em sua conversa com a sociedade capixaba, Pessôa voltou no tempo e falou sobre o desenvolvimento brasileiro nos últimos anos. “Nos últimos 35 anos a produtividade do trabalho no Brasil cresceu 0,5% ao ano, ou seja, muito pouco. Então temos que pensar no que fazer para que ela volte a crescer e nós saiamos dessa situação que nos acompanha há décadas”.

Ele disse ainda que o Brasil tem um contrato social que faz com que os gastos públicos cresçam mais do que a economia. “O gasto público não pode crescer mais do que a economia e é isto que precisa ser corrigido. Essa correção é o item mais importante da reforma da Previdência”, ressaltou Pessôa.

Hoje, com a soma de todos os seus programas previdenciários, o Brasil gasta 14% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e países com a mesma demografia que a nossa gastam de 6% a 7%. “Ou seja, temos que alterar os critérios dos benefícios para que se consiga estabilizar a dívida pública, criar condições para que a Previdência seja perene e que assim possamos ter um cenário de crescimento econômico”.

No final do evento, Pessôa voltou a reforçar o objetivo da reforma. “Os desafios de aprovar as mudanças na Previdência não é unicamente do Governo. Trata-se de uma agenda que interessa a todos, uma vez que garante a sustentabilidade do sistema. Estamos falando de fazer uma previdência mais justa, que esteja de acordo com a estrutura demográfica do País e que estabilize o crescimento do gasto público. Mas precisamos lembrar que a reforma é só a primeira de uma agenda muita longa de reformas que temos que fazer para o País voltar a crescer”.

Jerson Picoli gostou do que ouviu e, principalmente, do clima favorável à discussão do tema que ele sentiu no evento.

“Gostei de ver lideranças de vários setores produtivos presentes no encontro porque este é um assunto que precisa ser tratado de maneira convergente. Nosso evento nasceu com o propósito de debater o tema da maneira mais abrangente possível, mostrando aos cidadãos que somente por meio da reforma vamos conseguir fazer com que o Brasil se desenvolva. Como bem citou Pessôa, o Brasil vive, há décadas, com grandes dificuldades de adequar receita à despesa e um dos fatores que redunda nesse problema é o valor que se paga para o cumprimento das obrigações previdenciárias. Precisamos rever nossa previdência, isso é urgente!”

Quer ficar por dentro da campanha A Reforma Interessa? Acesse https://areformainteressa.com.br/

Fonte: Assessoria de Comunicação FETRANSPORTES