Acidente de Guarapari: lições que ficam

Assunto foi tema de uma apresentação da Polícia Civil

Em fase de conclusão do Plano Capixaba para Salvar Vidas no Trânsito, onde a Fetransportes tem sido um elo para congregar as forças vivas do transportes, foi realizada uma reunião, na manhã desta quarta-feira, 17 de outubro, no auditório do Setpes, para uma reflexão e discussão das lições aprendidas referentes ao trágico acidente que aconteceu às 6h10 da manhã de 22 de junho de 2017, no km 343 da BR101 que resultou na morte de 24 pessoas. Ao todo, 40 pessoas de diversas entidades estaduais participaram do encontro.

A apresentação detalhada da investigação e conclusão dos fatos foi realizada pela Divisão de Delitos de Trânsito da Polícia Civil, atualmente coordenada pelo delegado Maurício Rocha e assessorada por Yasmin Ricas.

Yasmin apresentou dados, informações, causas e o conjunto de falhas da empresa de transporte de pedra que levaram ao acidente. E relatou que após a tragédia as empresas de transporte, inclusive as de granito e rochas ornamentais, passaram a se preocupar mais com a segurança e a circulação de suas respectivas cargas. “Constatamos isso rapidamente, o que mostra que é possível fazer as coisas da maneira certa. No entanto, ainda é preciso maior fiscalização e ações específicas para esse tipo de transporte”, complementou a policial.

Lições aprendidas

Após a apresentação do estudo, ocorreu um debate que jogou luz sobre as lições aprendidas com esse caso, evidenciando que os órgãos responsáveis não estavam totalmente preparados para atender a um acidente dessa proporção, havendo necessidade de maior capacitação dos envolvidos. Controlar melhor o local do acidente, aumentar o rigor sobre o cumprimento das jornadas de trabalho dos motoristas e aumentar a fiscalização.

Mudança à vista

Para diminuir esses problemas e evitar novas tragédias, o Detran-ES criou um Protocolo de Resposta para Emergência, onde detalha como cada órgão deve agir após um acidente.

“Fizemos um estudo que já foi entregue ao Ministério Público e será apresentado dia 4 de dezembro. Nesse projeto, mapeamos as principais rotas de fuga dos caminhoneiros, mostramos a necessidade de capacitação dos agentes e a falta de uma resolução mais clara sobre o tema. Sugerimos ainda a instalação da ‘cerca eletrônica’. Essa tecnologia vai conseguir fazer a pesagem dos caminhões em movimento, numa velocidade de até 110 km/h. Será um grande avanço nessa área”, ressaltou a diretora técnica do Detran-ES, Edina Poleto.

O encontro contou, ainda, com a presença de Bárbara Andrade, da Consultoria Falconi, que veio ao Estado representando o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Ela falou sobre o Pnatrans (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito), que visa reduzir drasticamente os números de mortes do trânsito na próxima década.

“Estamos fazendo um diagnóstico de dados para a redução de óbitos. Aliado à Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta é diminuir o número de mortes nas estradas brasileiras em 50% até 2028”, comentou ela, que elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvimento no Estado em prol de salvar vidas.