Em um terreno de 26 mil metros quadrados, localizado próximo à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Carapina, na Serra, está prevista a construção do novo Terminal de Carapina. O espaço será mais moderno e irá triplicar a capacidade de atendimento em relação à estrutura atual. As informações são da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), que já prevê para este semestre, o lançamento do edital para início das obras.
Os benefícios da construção de um novo terminal são inúmeros. Além de melhorar a mobilidade urbana, a obra impacta diretamente na economia do entorno, gerando emprego, renda e valorizando os imóveis locais. Basta lembrar das regiões em que estão instalados os dez terminais de integração do Sistema Transcol, como elas se desenvolveram após a chegada dessa infraestrutura.
“Isso mostra que a importância do transporte coletivo de uma cidade, ou de uma região, vai muito além das questões de transporte e mobilidade. Investimentos nessa área trazem benefícios econômicos e sociais”, destaca o diretor-executivo do GVBus, Elias Baltazar.
Valorização dos bairros
Uma reportagem especial publicada em 31 de agosto de 2007, no Jornal A Tribuna, revela bem a importância dos terminais de integração para o desenvolvimento das cidades. Intitulada “Terminais valorizam bairros”, a matéria mostra a expectativa de moradores e comerciantes, na época, com a construção de quatro terminais do Sistema Transcol: de Jacaraípe, na Serra, de Itaparica e São Torquato, ambos em Vila Velha, e o de Jardim América, em Cariacica.
Segundo levantamento feito na ocasião pelo jornal, junto ao governo do Estado, consultores imobiliários e prefeituras, haveria uma valorização de até 400% em imóveis de 120 bairros beneficiados com as obras.
“Quando a pessoa procura a moradia, a localização sempre aparece como um dos pontos fundamentais. Então ela pensa na comodidade, de ter as coisas à mão, e por isso surge a necessidade de comércio e serviço”, disse o então presidente da Associação de Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi), Rodrigo Almeida.
A matéria de A Tribuna ainda acrescentava que o momento era ideal para a abertura de novos negócios nessas regiões, já que, com os terminais, surge a necessidade de padarias, farmácias, supermercados, lojas, escolas, academias e centros industriais, só para citar alguns dos segmentos atraídos por estas construções.
Outro ponto mencionado foi a especulação imobiliária, pois há pessoas que enxergam a valorização antes mesmo do início da obra e por isso compram terrenos, imóveis e alugam pontos comerciais, destacava a matéria.
E a expectativa dos moradores também era grande, segundo a reportagem. “Um terminal perto de casa é igual à chegada do petróleo”, comemorava uma entrevistada, a dona de casa Julia Rohr, então vizinha do Terminal de Jardim América e, na época, moradora da região há 35 anos.
O Terminal de Jacaraípe foi entregue no ano seguinte à reportagem, em 2008. Já os outros três (Itaparica, São Torquato e Jardim América) foram inaugurados em 2009. O Terminal de Itaparica, em especial, passou por uma importante obra de reconstrução nos últimos anos, sendo entregue em 2021, totalmente novo.
História
Em meados da década de 1980, foi criado o Projeto Transcol. A medida consistia em modernizar e racionalizar o serviço de transporte público coletivo, substituindo o sistema radial pelo tronco-alimentador, o que iria interligar os municípios da região metropolitana através de terminais urbanos.
Os primeiros terminais de integração de passageiros foram inaugurados em 1989, iniciando-se, assim, a efetiva implantação do Transcol.
A padronização da frota de ônibus, que também foi implementada ao longo dos anos pelo sistema, os terminais de integração e a pavimentação das vias por onde circulam as linhas, eliminando ruas esburacadas e intransitáveis no período de chuvas, tornam o transporte público coletivo da Região Metropolitana da Grande Vitória mais rápido, seguro, eficaz e adequado às necessidades de deslocamentos da população.
Fonte: GVBus
